Proposta pedagógica utiliza espaços para promover aprendizagem dinâmica e integrativa aos socioeducandos
Para garantir a ressocialização efetiva de adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, a Comunidade de Atendimento Socioeducativo Masculina (CASEM), administrada pelo Governo de Sergipe, por meio da Fundação Renascer, oferece acompanhamento pedagógico aos socioeducandos. A atividade é desenvolvida em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seed) e o Colégio Estadual Professor Antônio Fontes Freitas, que disponibilizam a modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) nos níveis fundamental e médio. Atualmente, 25 adolescentes são atendidos pelo programa.
Além das aulas regulares, a escola que funciona na CASEM dispõe de atividades complementares para estimular o interesse dos alunos. Entre elas, destacam-se oficinas temáticas como Robótica, Eletrônica Básica, ‘A Magia da Ciência’, ‘A Arte Libertadora’, ‘Ser Cidadão’, ‘Um Mergulho através da Leitura’, e aulas de reforço em Português e Matemática. As atividades buscam ampliar o repertório cultural dos jovens, incentivando a cidadania e preparando-os para a reinserção na sociedade e no mercado de trabalho.
Segundo um dos jovens atendidos, de 17 anos, as aulas de robótica e eletrônica básica são muito interessantes e especiais, principalmente pela dedicação do professor, que traz todo o material necessário e ensina de forma clara.
“Durante as aulas, eu e os demais aprendemos sobre ligações elétricas, como conectar LEDs e alarmes, além de entender a importância da polaridade das baterias. Um dos temas abordados foi a criação de um alarme com sensor de água, útil para alertar sobre enchentes. Essa experiência é vista como muito valiosa, pois pode ajudar a evitar tragédias ao despertar pessoas durante inundações, prevenindo perdas de materiais e riscos de afogamento. A conscientização sobre esse conhecimento poderia reduzir os danos causados por enchentes”, enfatizou o jovem satisfeito.
Para o diretor da CASEM, Rodrigo de Oliveira, a proposta pedagógica vai além das salas de aula e utilizam espaços como laboratório de informática, biblioteca, academia e auditório para promover uma aprendizagem mais dinâmica e integrativa aos socioeducandos. “A equipe pedagógica trabalha de forma interdisciplinar, buscando desenvolver nos jovens competências que contribuirão para sua reintegração. Vale ressaltar que muitos não tiveram oportunidade lá fora, e aqui é uma forma de mostrar para eles que nosso maior objetivo é ajudá-los a crescer profissionalmente, através da educação”, disse ele.
O programa é desenvolvido em parceria com o MP, TJ, COAPAZ e CIJ
Na manhã desta sexta-feira, 14, a Comunidade São Francisco de Assis – CASE II, realizou uma reunião de família, com a proposta de fortalecer os vínculos entre jovens e familiares. A atividade contou com um círculo de construção de paz, abordando o tema “Empoderamento Feminino”, sob a orientação da coordenadora de práticas restaurativas, Elaine Santana. O programa é desenvolvido em parceria com a Coordenadoria Permanente de Autocomposição e Paz (Coapaz) do Ministério Público de Sergipe (MP/SE), o Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe (TJ/SE) e a Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ).
As práticas restaurativas são um dos princípios fundamentais da execução das medidas socioeducativas, conforme estabelecido pelo Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e recomendadas pela Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com o diretor da CASE II, Gladston Santos, a participação das famílias é essencial para a transformação social dos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas. “Trazer a família para participar é mais um passo para mostrar, na prática, que estamos todos juntos torcendo pela mudança na vida deles”, afirmou o diretor.
O círculo restaurativo promove o diálogo para a resolução de conflitos, com foco no protagonismo do adolescente, da comunidade e da família. A coordenadora de práticas restaurativas, Elaine Santana, destacou a importância da atividade. “O Programa de Práticas Restaurativas e Construção de Paz da Fundação Renascer, em parceria com a equipe da CASE II, realizou um círculo de celebração com as famílias dos adolescentes em semiliberdade e com as colaboradoras da unidade. Através dessas práticas, podemos abordar diversas temáticas e fortalecer os laços familiares e comunitários”.
O evento ocorreu no horto da sementeira, em parceria com o grupo Xique Xique
Na manhã desta quarta-feira (12), a Fundação Renascer realizou um evento em alusão ao Dia Internacional da Mulher. O evento ocorreu no horto do Parque da Sementeira, em Aracaju. Com o tema “A importância do 8M na luta cotidiana das mulheres”, a atividade foi desenvolvida em parceria com o grupo de pesquisa Xique Xique, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), que trabalha com temáticas relacionadas a gênero e sexualidade.
A programação contou com diversas atividades, incluindo uma apresentação teatral dos adolescentes da Comunidade Socioeducativa Masculina (Casem), roda de conversa, momento de autocuidado e relaxamento, treinamento funcional e avaliação nutricional.
Para a integrante do grupo Xique Xique, Lynna Unger, a roda de conversa é um espaço essencial para promover o diálogo entre as mulheres e refletir sobre a importância de sua participação ativa na sociedade. “O Dia Internacional da Mulher é um símbolo de luta que ainda representa os desafios que precisamos enfrentar. Ao mesmo tempo, marca as conquistas de direitos que continuam a abrir novos espaços para nós”, destacou Lynna.
A assistente social da Fundação Renascer, Lylyan Gleyce, reforçou a importância de eventos como esse para o fortalecimento das mulheres que fazem parte do sistema socioeducativo. “Essa é uma forma de proporcionar um momento especial para elas, um espaço de cuidado e valorização, porque elas são merecedoras”, afirmou.
Escola dentro da Comunidade de Atendimento Socioeducativo de Internação Provisória (Caseip) garante realização de aulas do ensino formal, num ambiente estruturado, como ferramenta de ressocialização
Garantir o direito à educação é um compromisso social que ultrapassa os muros das escolas tradicionais e alcança aqueles que enfrentam desafios em seu percurso de vida. Na Comunidade de Atendimento Socioeducativo de Internação Provisória (Caseip), unidade gerenciada pelo Governo de Sergipe, por meio da Fundação Renascer, esse direito se concretiza com o ensino oferecido dentro da própria unidade, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seed) e o Centro de Excelência Cel. Francisco Souza Porto. A iniciativa, além de proporcionar aprendizado, representa um caminho real de transformação para os socioeducandos.
A escola dentro da Caseip atende 12 adolescentes, que participam das aulas nos turnos matutino e vespertino, no espaço conhecido como ‘Núcleo da Escola’, com carga horária de 20 horas semanais. O ambiente é estruturado com salas equipadas, biblioteca e materiais pedagógicos selecionados para atender às necessidades dos estudantes.
Com oportunidade de aprender o que teve dificuldade em outros momentos da vida, um dos socioeducandos, de 16 anos, avalia que poder ter acesso às aulas é algo transformador. “Antes de chegar à instituição frequentei a escola, mas passei três anos sem estudar. Quando cheguei, eu não sabia mais ler e nem escrever direito. Conforme os dias foram passando e fui tendo acesso às aulas, peguei mais segurança. Agora, já estou melhor nas contas, já consigo escrever tudo e leio bem. Sinto mais vontade de estudar, de escrever mais, de prestar mais atenção nas aulas. Voltou a alegria de aprender, como quando eu era criança”, revela.
A oportunidade fez com que outro socioeducando de 16 anos mudasse de perspectiva. Para ele, as aulas ajudam a pensar na vida fora da unidade. “Estou tendo a oportunidade que não pude ter lá fora, como cursos gratuítos que, às vezes, são caros, e, ainda, com professores excelentes. Foi uma surpresa saber que aqui tinha escola e, assim, pude aprender coisas que não pude lá fora. Não precisei parar de estudar. De alguma forma, isso faz a gente pensar em coisas melhores, quando sair”, conta.
Para a coordenadora pedagógica do Centro de Excelência Cel. Francisco Souza Porto, Viviane Dantas, o ensino dentro da Caseip vai além da transmissão de conhecimento. “Desde 2021, estamos atendendo a internação provisória porque, antes, eles não estudavam. Isso representa um progresso significativo para a escolarização em Sergipe, sendo um modelo pioneiro nacionalmente. Nosso trabalho busca não apenas garantir a educação formal, mas também oferecer conteúdos que dialoguem com a realidade desses adolescentes, como temas contemporâneos, educação financeira e saúde”, explica.
A inclusão dos internos na escola segue critérios específicos, levando em consideração aspectos como interesse, nível de escolaridade e comportamento. Segundo Viviane, as aulas são planejadas para atender às necessidades dos estudantes, respeitando a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e oferecendo uma abordagem humanizada. Eles passam por avaliação e nivelamento, atendendo às necessidades individuais de cada interno.
De acordo com a coordenadora, os professores estão preparados para lidar com a rotatividade dos alunos, adaptando os conteúdos às necessidades específicas de cada um. Viviane também ressaltou que a escola trabalha a leitura e a escrita de forma intensificada, buscando reinserir os adolescentes na sociedade com melhores condições educacionais.
“O trabalho na Caseip não se limita ao ensino tradicional. Precisamos lidar com a realidade desses adolescentes e garantir que eles saiam daqui letrados e mais preparados para a sociedade. A avaliação do desempenho é contínua e adaptável ao tempo que o aluno passa na unidade”, complementa.
Ferramenta de ressocialização
De acordo com o diretor da Caseip, Daniel Rodrigues de Oliveira, o impacto da educação reflete diretamente no comportamento dos adolescentes. Para isso, a parceria entre a Fundação Renascer e a Seed tem sido fundamental para resgatar adolescentes que estavam fora da escola, garantindo-lhes matrícula e acesso imediato às aulas.
Ele enfatiza que a Fundação Renascer se esforça para oferecer suporte pedagógico contínuo e um ambiente seguro, garantindo a separação dos adolescentes conforme o tipo de ato infracional e outras características individuais, visando evitar conflitos e proporcionar um ambiente de aprendizado mais harmonioso.
“Desde 2021, mais de 413 alunos já passaram pela escola da unidade. Muitos chegam sem saber ler e escrever, mas, em cerca de 45 dias (tempo máximo que os adolescentes ficam na unidade), já conseguem construir frases e compreender textos básicos. A escola dentro da Caseip resgata esses jovens da evasão escolar e os reinsere no processo educacional, dando a eles uma nova perspectiva de futuro”, ressalta.
Compromisso com a transformação
A Fundação Renascer, responsável pela gestão da Caseip, tem como missão garantir medidas socioeducativas que promovam a proteção e a reinserção social dos adolescentes.
O diretor do Atendimento Socioeducativo da fundação, Kleber Pinto, destaca que a educação sempre foi prioridade. “Desde 2023, quando essa gestão assumiu, o tema principal tem sido a educação. Temos fechado parcerias com instituições como Seduc, Senac, Sebrae e Fundat, para que o adolescente entre na Fundação Renascer e saia transformado, não só na educação formal, mas também na profissional e social. A ideia é oferecer um novo olhar, uma nova esperança para esses jovens”, afirma.
Entretanto, o processo enfrenta desafios. “A maioria dos adolescentes chega com uma defasagem educacional muito grande, praticamente semialfabetizados. Nosso papel é instruí-los e garantir que saiam sabendo ler e escrever. Além disso, buscamos inserir os internos em cursos profissionalizantes, como informática e outras áreas técnicas, preparando-os para o mercado de trabalho”, completa Kleber.
A rotina da unidade é estruturada para garantir que os socioeducandos tenham acesso a todos os serviços essenciais. “Eles têm acompanhamento pedagógico, psicológico, jurídico e de saúde. Além disso, a segurança da unidade é planejada para evitar conflitos e garantir um ambiente propício à ressocialização”, explica Daniel Rodrigues.
Novas oportunidades
Ao longo dos anos, diversos adolescentes passaram pelo programa de ensino na Caseip e seguiram novos rumos após a saída da unidade. O aprendizado adquirido, muitas vezes, torna-se a porta de entrada para novas oportunidades no mercado de trabalho e na continuidade dos estudos.
A professora Nelma Abdias, que atua há quatro anos na unidade, relata a importância do ensino na transformação desses jovens. Nelma afirmou que sua experiência no ensino socioeducativo transformou sua visão e prática pedagógica, tornando-a mais sensível às necessidades dos adolescentes.
“Não é uma escola convencional. O maior desafio é tornar o conteúdo significativo para que eles reflitam sobre suas vidas e vejam o estudo como um caminho de mudança. Em dez anos de magistério, minha visão de educação mudou completamente ao trabalhar aqui. Mais do que ensinar conteúdos, buscamos formar cidadãos”, diz.
Para além do aprendizado em sala de aula, o projeto educacional da Caseip busca promover a autonomia e a dignidade dos adolescentes. “Muitos internos que saem da unidade ingressam no programa Jovem Aprendiz, conseguindo sua primeira oportunidade de trabalho. O estudo, aliado à capacitação profissional, dá a eles uma nova chance de recomeço”, finaliza Daniel Rodrigues.
Certame ofertará 32 vagas para agente socioeducativo e orientador social
O Governo de Sergipe oficializou o Instituto de Desenvolvimento e Capacitação (IDCAP) como banca organizadora do concurso para a Fundação Renascer. A informação foi publicada no Diário Oficial desta terça-feira, 18, confirmando mais um passo rumo à seleção de novos servidores para a instituição.
A seleção oferecerá salários de até R$ 2,6 mil. Com a banca definida, a próxima etapa será a publicação do edital, que trará detalhes sobre cronograma, provas e inscrições. Os candidatos interessados deverão acompanhar a divulgação oficial para mais informações sobre os requisitos e conteúdo programático. “A celebração do contrato com a empresa é o passo fundamental que precede a elaboração do edital cuja publicação está prevista para meados do mês de março”, ressalta o coordenador do setor de concursos, Sidney Rocha.
O concurso contemplará um total de 32 vagas imediatas para os cargos de orientador social e agente socioeducativo. Para o nível médio, serão disponibilizadas 25 vagas no cargo de agente socioeducativo. Já para o nível superior, serão oferecidas sete vagas para orientador social, distribuídas entre as áreas de Pedagogia, Psicologia e Serviço Social. Especificamente, duas vagas serão destinadas a pedagogos, três para psicólogos e duas para assistentes sociais. O certame está sendo realizado em conformidade com a Lei 9.001, de 31 de março de 2022, que consolidou as carreiras do Sistema Socioeducativo e criou novos cargos para atender à demanda do sistema socioeducativo.
A Fundação Renascer é responsável pela execução de medidas socioeducativas para adolescentes em conflito com a lei no estado de Sergipe. O concurso busca reforçar o quadro de profissionais, garantindo melhor atendimento e suporte aos socioeducandos. A expectativa é de que a realização do certame contribua para o fortalecimento das ações da instituição, promovendo um ambiente mais qualificado para o atendimento dos jovens em medidas socioeducativas.
Programa Pós-Medida tem como objetivo garantir o acesso às políticas públicas após a extinção da medida socioeducativa
É natural que o familiar de um adolescente ou jovem em transição da extinção da medida socioeducativa espere que ele receba o amparo para reinseri-lo no convívio em sociedade. O Governo do Estado, por meio da Fundação Renascer, disponibiliza o Programa de Atendimento Pós-Medida de Adolescentes, Jovens e Famílias, que acompanha o egresso em até um ano após o cumprimento das medidas de internação e semiliberdade, visando auxiliá-los no fortalecimento de vínculos com a comunidade e ao acesso a políticas públicas de assistência social, saúde, educação, esporte, cultura e profissionalização.
A adesão ao Pós-Medida é voluntária, depois do cumprimento da medida de internação e de semiliberdade, como explica a coordenadora do programa, a assistente social Carla Vanessa. “Não somos uma medida, somos um programa de acompanhamento. O jovem e adolescente e suas famílias não são obrigados a aceitar, porque não é obrigatório. Fazemos essa sensibilização quando eles estão na unidade. Por isso a importância desse acompanhamento, para mostrarmos que o programa dá condições de continuidade ao projeto de vida que eles firmam dentro da própria unidade”, informa.
O programa de egresso da Fundação Renascer existe desde 2009, mas, em 2024, assumiu uma nova proposta de acompanhamento aos adolescentes, jovens e famílias de Aracaju, Grande Aracaju e de todo o interior do estado, por meio do Pós-Medida. O acompanhamento é feito por assistente social, psicóloga e há previsão de inclusão de pedagogo, para fazer o trabalho de articulação intersetorial com os municípios, visando acompanhar este público.
A esteticista Ângela Mota voltou a morar com o filho E.W., de 17 anos, que cumpriu medida socioeducativa na Comunidade de Atendimento Socioeducativo Masculina (Casem). Segundo ela, desde que o adolescente aderiu ao Pós-Medida, muitas oportunidades surgiram, como cursos de aperfeiçoamento para o mercado de trabalho. “É um programa excelente, eles não saem e ficam abandonados. Ele está fazendo o segundo curso, o que é ótimo porque aumenta as chances de arrumar um emprego”, conta a mulher, que é mãe de mais duas filhas, uma de 18 e outra de 21 anos.
Ivisson Almeida tem 21 anos, é casado e, atualmente, está trabalhando na Fundação Renascer com Tecnologia da Informação, após estágio de um ano também na instituição. “Estou me dedicando cada vez mais e hoje estou contratado”, declara o rapaz, que faz manutenção nos computadores e atendimento aos usuários da Renascer.
O diretor do Departamento de TI da Fundação, Cristiano Nascimento, disse que notou o traquejo de Ivisson ainda durante o curso profissionalizante no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). “Como também dei aula lá, já sabia que ele tinha certas habilidades para essa parte de informática e sugeri trazê-lo para cá”.
Aperfeiçoamento
Um dos eixos do programa é a profissionalização, por meio do Adolescente Aprendiz, projeto do Senac, um dos parceiros do Pós-Medida. “É uma das abordagens que visa dar garantias para além da renda, para que este egresso seja inserido no mercado de trabalho e tenha autoestima”, ressalta a coordenadora do programa, a assistente social Carla Vanessa.
Um dos adolescentes que contaram com o curso de Jovem Aprendiz foi R.V., de 15 anos. “Foi um curso administrativo. Hoje, estou num estágio há um ano na Defensoria Pública”, revela o rapaz, que acumula, também, o curso de instalação de piso vinílico.
Atualmente, 35 adolescentes e jovens são acompanhados pela equipe do Pós-Medida. Sete deles se voluntariaram para acessar os cursos de profissionalização oferecidos em parceria entre a Fundação Renascer com o Ministério Público Estadual (MPE) e o Ministério Público do Trabalho (MPT). O Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee) também integra a ação.
A Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic) também se soma aos trabalhos de reinserção do egresso e cadastra as famílias que atendam ao perfil do benefício do Cartão CMais Cidadão. O adolescente e/ou jovem selecionado para um estágio, quando finalizados os cursos profissionalizantes, recebem a bolsa de estudos de meio salário mínimo para trabalhar em uma das instituições parceiras do Governo do Estado, como o MPT e Defensoria Pública.
A unidade dispõe de um Núcleo Escola e as aulas são desenvolvidas em parceria com a Seed
Nesta quinta-feira, 13, aconteceu a abertura oficial das atividades escolares dos adolescentes da Unidade de Internação Provisória Masculina (Caseip), após o início do ano letivo de 2025, ocorrido no último dia 6. As atividades são desenvolvida em parceria com o Centro de Excelência Cel. Francisco Souza Porto, por meio da Secretaria de Estado da Educação (Seed).
As aulas acontecem na própria unidade, em um espaço educativo chamado “Núcleo da Escola”, que conta com sala de aula equipada com mesas e cadeiras, além de uma biblioteca com acervo selecionado pela equipe pedagógica. De acordo com a coordenadora do Núcleo da Escola, Viviane Dantas, as atividades escolares estão em pleno andamento desde o início do calendário letivo. A aula inaugural teve como foco a proposta pedagógica voltada para o desenvolvimento integral dos adolescentes em internação provisória.
“A escola dentro da Caseip desempenha um papel essencial na aprendizagem acadêmica e na formação cidadã dos adolescentes, contribuindo para a construção de novos caminhos e oportunidades. Além do ensino formal, a educação auxilia na fortalecimento de novos projetos de vida dos socioeducandos”, pontua Viviane.
As reavaliações são regulamentadas pela Lei do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase)
A equipe do Programa Pós-Medida da Fundação Renascer participou da audiência concentrada de reavaliação na Comunidade de Atendimento Socioeducativo Masculina (Casem), que ocorreu na tarde da última terça-feira (11). As reavaliações são regulamentadas pela Lei do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e têm como objetivo analisar o desenvolvimento dos adolescentes no cumprimento do Plano Individual de Atendimento (PIA).
A Casem é uma das unidades de medidas socioeducativas da Fundação Renascer, vinculada à Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania do Estado do Sergipe – SEASIC. De acordo com a legislação do Sinase, as reavaliações das medidas socioeducativas de internação e semiliberdade devem ocorrer no máximo a cada seis meses, com base nos relatórios produzidos pela equipe técnica.
Até o momento, já foram realizadas nove audiências e sete progressões, reforçando a aproximação entre o Poder Judiciário, o Ministério Público de Sergipe (MP/SE) e a Defensoria do Estado de Sergipe com as unidades socioeducativas. O diretor da Casem, Rodrigo Oliveira, explicou que essa foi a segunda audiência de reavaliação em grupo de 2025 e que o juiz responsável estabelece previamente o calendário anual das audiências.
“Dessa vez, foram realizadas nove audiências e nove adolescentes receberam progressão. Vale ressaltar que os familiares dos jovens participam presencialmente das audiências e a equipe do programa de Pós-Medida”, destacou Rodrigo Oliveira.
A reunião foi promovida pelo Tribunal de Justiça de Sergipe – TJ/SE
Representantes da Fundação Renascer, em parceria com a Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de Sergipe (CIJ/TJSE), participaram na última segunda-feira, 29, da segunda reunião do Grupo de Trabalho do Programa Pós-Medida (Portaria 73/2024 GP1). O programa acompanha adolescentes e jovens após o cumprimento de uma Medida Socioeducativa (MSE), auxiliando na transição do meio fechado de internação e semiliberdade para a reinserção no território de vivência e nas políticas públicas.
A reunião contou com a presença do juiz auxiliar da presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Edinaldo César; do presidente da Fundação Renascer, Samuel Barreto; da juíza coordenadora da CIJ, Iracy Mangueira; da referência técnica estadual do Programa Fazendo Justiça (CNJ/PNUD) na área do socioeducativo, Izabella Riza Alves; e da coordenadora do programa Pós-Medida da Fundação Renascer, Carla Vanessa.
O Programa de Atendimento Pós-Medida de Adolescentes, Jovens e Famílias tem como objetivo acompanhar jovens e famílias, de forma voluntária, na transição por até um ano após a conclusão das medidas de internação e semiliberdade. No ato do programa, os jovens recebem o vale-transporte para custear o deslocamento.
Capacitação visa garantir atendimento mais acolhedor à população trans do sistema socioeducativo
No mês alusivo à visibilidade trans, servidores da Fundação Renascer participaram de uma capacitação relacionada ao tema. O evento foi mediado pela enfermeira e coordenadora do Ambulatório Trans, do Hospital Universitário de Lagarto, Amanda Vitório. Esta é a primeira capacitação promovida pela gestão de trabalho para os servidores. O objetivo é preparar a equipe da fundação para o atendimento à população trans do sistema socioeducativo.
Para a assistente social da Fundação Renascer, Lylyan Gleyce, promover ações como essa é uma forma de garantir um atendimento mais humanizado, respeitoso, contribuindo para a redução do preconceito. Durante a capacitação, foram abordados temas que vão desde o processo de autoidentificação com o gênero até a cirurgia de redesignação sexual.
Segundo a coordenadora do projeto, Amanda Vitório, os profissionais da área da saúde precisam se capacitar continuamente e adquirir conhecimento sobre o tema para atender a população trans do sistema socioeducativo. “Levando em consideração o sistema socioeducativo, temos que capacitar esses profissionais para acolher melhor os socioeducandos trans”, destacou.
O projeto do Ambulatório Trans teve início em 2015, fundado por um grupo de professores do Departamento de Fonoaudiologia do Hospital Universitário de Lagarto. Hoje, dez anos depois, o ambulatório possui mais de 300 pessoas transexuais assistidas e conta com uma equipe multidisciplinar composta por profissionais das áreas de Psicologia, Terapia Ocupacional, Nutrição, Assistência Social, entre outros.