Músico relatou sua experiência aos socioeducandos da Comunidade de Atendimento Socioeducativo Masculina (Casem)
Dando continuidade ao projeto Olonimó, que em língua Yorubá significa aquele que detém o conhecimento, a Comunidade de Atendimento Socioeducativo Masculina (Casem), localizada em Nossa Senhora do Socorro, recebeu o músico Betinho Caixa D’água para conversar e fazer uma demonstração sobre o uso de instrumentos percussivos aos socioeducandos da unidade administrada pela Fundação Renascer, vinculada à Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social – SEIAS.
De acordo com Alex Sandro, idealizador do projeto Olonimó e professor de capoeira da unidade, a intenção desta edição foi mostrar um artista que, além de tocar, também confecciona seus próprios instrumentos, apresentando aos adolescentes novas possibilidades dentro do meio artístico. “A participação de Betinho nesta 3° edição foi pensada com o objetivo de trazer um artista e um artesão ao mesmo tempo, alguém que confecciona instrumentos, que está desde garoto desenvolvendo uma habilidade própria. Ele falou sobre as dificuldades, vivências e andanças pelo mundo com os grupos musicais que ele toca ou já tocou, e também trouxe sua experiência enquanto mestre de Capoeira”, disse.
Durante a ocasião, o percussionista Betinho Caixa D’água relatou sobre sua experiência enquanto músico e artesão, e chamou os adolescentes para conhecer e tocar os instrumentos produzidos pelo artista. “Às vezes as pessoas acham que é só isolar ou se afastar dos outros que resolve. Mas a gente pode contribuir com a parte artística, mostrando outros horizontes, nos aproximando dos meninos, fazendo com que eles tenham a experiência de tocar novos instrumentos ou aprimorar o que sabem. A intenção é justamente mostrar outros caminhos e poder contribuir com o que a gente traz na bagagem, mostrando que somos todos iguais e que a gente também sofre como todo mundo, e nem por isso a gente desiste”, incentivou o músico.
O adolescente F. J. S, de 18 anos, já está pensando em seguir com os ensinamentos apreendidos ao longo do projeto. “Muitos artistas que vem aqui já passaram pelo que a gente passa e é bom escutar os conselhos deles para adquirirmos maturidade. Eu tenho um foco principal, que é fazer a faculdade de Psicologia. Como eu já tenho o sangue da arte, toco violão, tenho também o desejo de continuar seguindo por esse caminho, aprendendo mais sobre música. Esta sendo muito bom termos essa oportunidade a partir da capoeira, porque ela não é só uma arte, mas também um estado de equilíbrio psicológico”, destacou.
O diretor da Casem, Rodrigo de Oliveira Silva, destacou a importância da continuidade do projeto, sobretudo acerca do tema da Capoeira e seus desdobramentos. “Betinho é uma pessoa bem conhecida aqui no Estado, e trazê-lo para o projeto foi uma forma de, mais uma vez, dar a oportunidade aos adolescentes de conhecer novas experiências e também para estimular os socioeducandos a produzirem seus próprios instrumentos quando saírem daqui, ou até mesmo durante as oficinas de Capoeira que o professor Alex ministra na unidade”, afirmou.
|Fotos: Pritty Reis